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O Departamento de Defesa dos EUA concedeu o seu primeiro contrato de defesa para IA generativa à Jericho Security, marcando uma mudança estratégica na cibersegurança militar. O contrato da fase II do Small Business Technology Transfer (STTR), no valor de $1,8 milhões, foi anunciado por meio do AFWERX e atribui à startup com sede em Nova York a tarefa de desenvolver soluções avançadas de cibersegurança para o Departamento da Força Aérea.
“Este é um dos primeiros contratos de IA generativa concedidos na defesa, representando um marco significativo em como nossas forças armadas estão lidando seriamente com ameaças baseadas em IA,” disse Sage Wohns, CEO da Jericho Security, em uma entrevista exclusiva ao VentureBeat.
Como ataques de phishing alimentados por IA visam o pessoal militar
A abordagem da empresa se concentra em simular ataques de phishing complexos e multicanal que imitam cenários do mundo real. “No cenário atual, as campanhas de phishing não se limitam apenas a e-mails — elas envolvem tentativas coordenadas em várias plataformas, como mensagens de texto, chamadas telefônicas e até chamadas de vídeo,” explicou Wohns, descrevendo ataques que encadeiam várias formas de comunicação para enganar os alvos.
O que diferencia a tecnologia da Jericho é seu foco na vulnerabilidade humana — amplamente considerada o elo mais fraco na cibersegurança. A empresa afirma que até 95% das violações de dados resultam de erro humano. Sua plataforma cria programas de treinamento de segurança personalizados com base em perfis de risco individuais, utilizando IA generativa para simular ataques sofisticados, incluindo impersonações por deepfake e malware gerado por IA.
Ataques deepfake e o direcionamento de pilotos de drones: a nova fronteira da cibersegurança militar
O contrato chega em um momento crítico, já que o pessoal militar enfrenta ataques cada vez mais direcionados. “Houve um ataque de spear-phishing amplamente divulgado que visou pilotos de drones da Força Aérea usando manuais de usuário falsos,” revelou Wohns, destacando como a empresa ajudou a avaliar vulnerabilidades por meio de simulações de ataque e treinamento especializado.
Para uma jovem empresa competindo no concorrido mercado de cibersegurança, conquistar um contrato do Departamento de Defesa representa uma validação significativa. O acordo posiciona a Jericho Security para expandir além de suas raízes comerciais para o lucrativo setor governamental, onde os gastos com cibersegurança continuam a crescer em meio a ameaças em escalada.
Contratos militares geralmente exigem medidas de segurança rigorosas. Wohns enfatizou que a Jericho mantém “padrões de cibersegurança de grau militar,” incluindo criptografia de ponta a ponta e ambientes isolados e seguros para manuseio de dados militares sensíveis.
A próxima geração de defesa em IA: Modelo predador e presa
Diferente das abordagens tradicionais de cibersegurança que reagem a ameaças conhecidas, a Jericho Security emprega o que Wohns chama de modelo “predador e presa.” “Começamos com simulação de ataques, o que nos fornece um fluxo contínuo de dados em tempo real para aprimorar tanto as capacidades ofensivas quanto defensivas,” afirmou. Essa abordagem dupla permite que seus sistemas de IA evoluam junto com as ameaças emergentes, em vez de apenas respondê-las.
O contrato da Força Aérea, executado através do AFWERX — o braço de inovação do Departamento da Força Aérea — faz parte de uma iniciativa mais ampla para acelerar a adoção de tecnologia do setor privado nas forças armadas. Desde 2019, o AFWERX concedeu mais de 6.200 contratos no valor de mais de $4,7 bilhões, trabalhando para fortalecer a base industrial de defesa dos EUA e acelerar a implementação de tecnologia.
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