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A Amazon acaba de anunciar uma grande reformulação na Alexa—e isso pode mudar a forma como você interage com a tecnologia em casa e além.

Eles estão chamando de Alexa+, uma assistente aprimorada alimentada por uma nova onda de IA generativa. E se cumprir o que a Amazon promete, pode transformar seus dispositivos Amazon de meros assistentes de voz em companheiros de conversa que realmente entendem você, sua vida e suas preferências.

Mas o que exatamente é a Alexa+? E como isso pode impactar você?

Para obter informações internas, sentei-me com o fundador e CEO do Marketing AI Institute, Paul Roetzer, no Episódio 138 do The Artificial Intelligence Show.

Uma “Re-Arquitetura Completa”

Em um evento de destaque em Nova York, o Chefe de Dispositivos e Serviços da Amazon descreveu a Alexa+ como uma “re-arquitetura completa” da assistente original. Tradução: Isso não é apenas algumas novas funcionalidades adicionadas à Alexa que você já conhece.

Com a Alexa+, você poderá fazer perguntas sobre sua vida, como quantos livros você leu este ano, e ela responderá com base nos dados da sua conta Amazon. A assistente também está projetada para fornecer atualizações relevantes proativamente, como notificá-lo quando ingressos para shows estiverem à venda ou ajudar a reservar jantares.

A Amazon também demonstrou como essa nova versão da Alexa pode ver e interpretar informações visuais. Usando a câmera de um dispositivo, a Alexa+ pode analisar o que está acontecendo em sua casa e responder a perguntas sobre isso. Quer saber quem está no seu quintal com as imagens da câmera Ring? A Alexa+ pode ser capaz de informar.

A Amazon deixa claro que a Alexa+ tem como objetivo ser mais do que apenas uma máquina de perguntas e respostas acionada por voz. Eles estão posicionando-a como uma ajudante pessoal totalmente integrada que pode realizar tarefas sofisticadas.

Isso inclui escanear seus e-mails e documentos (sim, você pode enviá-los), compreendê-los e tomar ações—como converter detalhes de um e-mail em entradas de calendário e lembretes.

Isso faz parte do plano da Amazon para integrar a Alexa+ mais profundamente em sua vida cotidiana. A nova oferta interagirá com o ecossistema mais amplo de casas inteligentes da Amazon, desde música e filmes até sua Fire TV, para que você possa dizer à Alexa+ para pular para cenas específicas em um programa ou acessar imagens relevantes de câmeras anteriores.

A Amazon afirma que a Alexa+ será um serviço adicional por $19,99 por mês ou grátis para membros do Amazon Prime. O acesso antecipado será disponibilizado primeiro para os proprietários de dispositivos Echo Show, seguido por um lançamento mais amplo em breve.

É Agente—E Isso é Um Grande Negócio

Uma das coisas mais notáveis sobre a Alexa+ é a afirmação da Amazon de que a assistente será capaz de realizar tarefas de forma autônoma. Isso é às vezes chamado de “IA agente”, o que significa que o modelo pode navegar na web por conta própria para finalizar tarefas (como agendar um serviço de reparo), e então atualizá-lo quando estiver feito.

Isso pode ser potencialmente enorme, diz Roetzer. Se funcionar como anunciado, você poderá usar a Alexa+ como uma verdadeira assistente doméstica que agenda e gerencia compromissos para serviços em sua casa.

Um exemplo que a Amazon compartilhou:

Usar a Alexa+ para navegar em uma tarefa de reparo doméstico: consertar um forno. A Alexa+ poderia obter recomendações sobre quem contratar, contatá-los e agendar um compromisso para você “nos bastidores.”

Agora, veremos como tudo isso realmente funciona na prática. Mas a direção para onde a Amazon deseja ir é clara: Um mundo onde seu assistente de voz pode tomar ações reais em seu nome, não apenas recitar fatos básicos.

A Equação de Dados (e Privacidade)

Um aspecto da Alexa+ que está gerando muito burburinho é a personalização.

A Amazon afirma que a Alexa+ pode lembrar suas preferências específicas—como suas restrições alimentares, playlists favoritas, até receitas familiares importantes. Ela pode então usar esses detalhes para adaptar suas sugestões ou ajudá-lo a planejar eventos.

Mas isso significa que a Alexa+ está coletando e armazenando uma quantidade considerável de informações pessoais. Roetzer vê isso como uma faca de dois gumes. Ele se pergunta se todos estarão dispostos a abrir mão da quantidade de dados necessária para se beneficiar dessas funcionalidades.

Isso também levanta a questão de como exatamente a Alexa+ obterá todos esses dados. Nem todos nós estamos gerenciando nossas vidas por meio de aplicativos da Amazon—especialmente no local de trabalho.

“Se houver algo, isso me ilumina sobre a oportunidade que o Google tem,” diz Roetzer. “Porque, para mim, tudo isso já vive no Google. Eles têm meu calendário. Eles têm meu e-mail. Eu não vou mover essas coisas para a Amazon.”

A Apple na Mira

A Alexa+ também levanta uma grande questão: Onde isso deixa a Apple?

Tudo que foi demonstrado esta semana com a Alexa+ é o que a Siri da Apple deveria ser.

Infelizmente, a Siri não mostra sinais de cumprir sua promessa tão cedo. Relatórios recentes indicam que uma Siri plenamente inteligente, impulsionada pela Apple Intelligence, pode estar tão distante quanto 2027. E a Apple não está em uma posição muito melhor, ao mesmo tempo.

“A Apple Intelligence ainda é ruim,” diz Roetzer. “Não estou sendo excessivamente duro com a Apple. Eles sabem que é ruim.”

 



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